terça-feira, 10 de agosto de 2010

Diversidades

Hoje quero tentar descrever apenas a descoberta de uma sensação que me acompanhou nos últimos dias, forte o suficiente para me levar a compor mais um artigo.
Confesso que o que me atrai até aqui é uma inquietude no espírito… uma agitação na alma… um ímpeto que me leva a abrir o laptop e permitir que algumas palavras erupcionem do papel.
Percebi que desde que comecei a expor minhas descobertas do mundo, sou tomada por sensações semelhantes: pulsões... impulsos para dar vida a uma folha em branco, ao escrever minhas impressões diante da fascinante descoberta de um mundo tão rico em diversidades. Diversidades digitais, culturais, naturais e sensitivas.
E, ao falar sobre a “diversidade digital”, lembro-me de algo que sempre me chamou bastante atenção quando morava na França: o fato de presenciar tão de perto o avanço tecnológico. Pois, mesmo estando nós inseridos na famigerada era da globalização, é evidente que a nossa pacata João Pessoa ainda esta distante de acompanhar o ritmo acelerado de tais inovações.
Com efeito, recordo-me do meu “espanto” quando, há cerca de cinco anos, me defrontei com um GPS pela primeira vez. Saia de uma bela exposição do nosso Flavio (Tavares), na Universidade Lyon 3, e fui levada pra casa no carro de um casal amigo.
Naquela noite, logo em seguida à pergunta do condutor do veículo sobre meu endereço, fui surpreendida com uma voz eletrônica que dizia: "tournez à gauche" e "allez tout droit". Minutos depois, boquiaberta, fui deixada na porta de casa!
Acho que a descoberta da tecnologia tem me causado um espanto que só é possível ser comparado com aquele dos primeiros gregos diante da fascinante dinâmica do mundo. Aliás, esse espanto frente à existência é uma sensação que me acompanha e me faz lembrar dos versos de Fernando Pessoa ao afirmar que "o existir existe e não se explica".
Assim, vou terminando o texto desta terça-feira esforçando-me para não mais tentar entender o funcionamento do bluetooth, o que vem a ser o formato mp5, qual será o tamanho físico de um mega, ou como seria tecer uma rede sem fios.
E mergulhada num tempo de desmaterialização das coisas, concluo apenas com o objetivo de materializar minhas palavras e meus sentimentos face a esse mundo, de certo modo, assustadoramente novo…

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